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Daily Routine by Cristina Ferreira

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Daily Routine by Cristina Ferreira

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Dez17

A Ana e o verdadeiro valor das coisas...


Cristina Ferreira

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Ontem a tempestade Ana também passou por aqui... No final do dia, o vento sibilante uivava e soprava ameaçador fazendo a chuva embater estrondosamente contra as janelas...  Cenário digno de um filme de terror, mais digno e assutador se tornou quando a luz faltou! Antes de acabar o jantar, ficámos às escuras...

 

Na aldeia, quando eu era adolescente, tal cenário era habitual: uma chuvada e um vento mais forte eram inevitavelmente acompanhados de um medonho apagão! Apagão esse que se à noite começava, pela noite dentro se prolongava... E eu, obrigada a andar pela casa de vela na mão, deslocava-me apressadamente aterrorizada pela companhia das sombras que, sorrateiramente passeavam pelas paredes, quais monstros que pela casa escura me perseguiam!

 

Hoje em dia, é muito raro faltar a luz, mas a Ana fez das suas e cá em casa o pânico instalou-se!

" - E agora não temos lanternas! Será que temos fósforos!? Onde estão as velas?!"

" - Oh! Se a luz não voltar, como vamos ligar o micro-ondas ou a placa de indução? E se amanhã o portão da garagem bloquear?"

" - E o telemóvel, mamã? E o i-pad? Se ficarem sem bateria? Oh bolas não há net!!!"

 

Preocupações bem diferentes das de há 30 anos atrás!

 

Volvida nem meia hora, tranquilamente, a luz voltou ... Mas enquanto voltava e não, aproveitámos a escuridão para tagarelar observando os luxos que hoje em dia temos e já nem notamos ou só notamos quando nos falham... A luz, a água, os electrodomésticos, o carro... a TV e a net!

 

Quando a luz voltou, a nossa rotina noturna continuou calma e tranquila... Mais tarde, antes de ao som da chuva adormecer, eu dei por mim a agradecer as pequenas coisas e a grande sorte que eu tenho... e a pensar em quantas vezes também só nos apercebemos do que temos após o perder... Um familiar presente, um relacionamento, uma amizade... Pensei não nas coisas, mas nas pessoas... Naquelas pessoas que simplesmente por estarmos tão acostumados a ter do nosso lado, a presença por vezes já não valorizamos... 

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