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Daily Routine by Cristina Ferreira

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Daily Routine by Cristina Ferreira

17
Jan18

Mãe? Egoísmo vs. Orgulho!


Cristina Ferreira

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Sou uma mãe egoísta! Não só por vezes me apetece parar o tempo pois não quero que os meus meninos cresçam, como também não quero que se tornem autónomos e independentes: quero que precisem sempre de mim! Quero ser útil e continuar a deles cuidar! Sim... Vergonhoso, mas é verdade!

 

No que às pequenas tarefas do dia a dia diz respeito, só no verão passado me apercebi que o meu menino grande tem 15 anos! De repente entrou para o 10º ano e para mim foi como um soco no estômago, um cair na realidade! Passei o verão a repetir: 15 anos, 15 anos, 15 anos...

 

Para além das minhas habituais divagações sobre como foi possível o tempo passar tão rápido, dei comigo a lembrar e comparar todas as coisas que eu já fazia com 15 anos: ajudava a cozinhar, ajudava a arrumar a casa, tratava da minha roupa... Ele? Bom confesso que muito pouco ou quase nada... No início deste ano letivo, finalmente percebi que as coisas tinham de mudar...

 

Há pequenas tarefas que ele faz de boa vontade, outras que vai adiando na esperança que eu faça... Aliás aos meus pedidos de ajuda na arrumação, aprendeu a responder com a expressão: "Sabes mamã, às vezes eu não arrumo logo e mesmo assim aparece no armário! Parece que vem um anjo e arruma..." Sim eu sei: é pura chantagem emocional, mas sabe tão bem, não sabe?

 

Seja como for são 15 anos e em abril serão 16... Meu Deus, em Abril 16?? Como é possível, já 16 anos??! Ok! STOP mamã! Para com isso mamã!... 

 

Dizem que eu penso demais... É verdade: sempre tive esse vício! Quando eram pequeninos e, saíamos para passear ou entravamos num local novo, eu avaliava minuciosamente e nos primeiros segundos todas as possibilidades de acidente: os pontos dos quais não se poderiam sequer aproximar, os pontos dos quais poderiam mas só se não largassem a minha mão e os tranquilos pontos estratégicos onde estariam bem seguros!

 

A cada mudança eu pondero e pondero demais! Avalio com cuidado também a repercussão que os disparates que por vezes digo ou faço possa ter neles... Incapaz de impor regras rígidas, sempre optei por educar pelo exemplo. Se o "Se faz favor..." e o "Obrigada!" eram imperativos, também o era o "Desculpa!" quando errava... 

 

Quanto às tarefas: decidi dividir. Por exemplo, o pequeno almoço sirvo eu, o lanche preparam eles... Bom confesso que o lanche nem sempre, mas quem resiste a um: "Mamã por favor, podes pôr tu a manteiga? Pões com tanto amor e carinho que sabe melhor..." Já a roupa alternamos, às vezes dobro eu, às vezes dobram eles... Mas nos quartos não há excepção: aí são sempre eles!

 

Sei que aos poucos vão aprender a fazer tudo sozinhos, mas até lá, será que é muito grave se eu continuar a tratar de algumas coisas e serei perdoada se tudo fizer com muito amor e carinho? 

 

Quando às vezes vou para fazer e já fizeram ou quando algo que eu deixei fora do lugar já encontro arrumado, não posso evitar sorrir... Foram eles! Os meus meninos estão a crescer, estão a aprender a ser independentes e eu fico tão orgulhosa!

 

 

 

10
Jan18

The Gaming Disorder...


Cristina Ferreira

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Imagem www.independent.co.uk

  

"Semanalmente, milhares de mesas são vítimas de agressão por parte de jogadores descontrolados! E nenhum tipo de mesa lhes escapa: secretárias, mesas de centro de sala, mesas de jantar, mesas de cozinha e até mesas de cabeceira! Basta para isso estarem à mão, ou ao pé, de receber quando a frustração de perder o jogo chegar!"

 

Este parágrafo não foi obviamente transcrito de nenhum jornal famoso nem escrito por nenhum psiquiatra mundialmente reconhecido! Foi apenas a piada que o meu descendente mais jovem inventou para acalmar a minha preocupação quando há pouco falámos sobre a recém chegada GAMING DISORDER... Mas vamos por partes....

 

Quem sou eu para falar de GAMING? Sou apenas uma mãe e, como provavelmente grande parte das mães da minha faixa etária, não compreendo nada de jogos "modernos"! Aliás as minhas humildes experiências com jogos "modernos" limitam-se ao clássico TETRIS, à loucura pelo Farmville que mais tarde substitui pelo Hay Day e às horas perdidas a jogar Candy Crush... Conheci, alimentei e até joguei alguns jogos do pequeno POU... E no verão passado joguei o Palavra Guru!

 

Tudo joguinhos saudáveis: eram jogos "lentos" e sem pressão, sem qualquer competição e a interação on-line, quando existia, acabava por ser de cooperação. Tudo saudável, certo? Atire a primeira pedra quem nunca jogou!

 

Mas há os outros jogos: os que eu não conheço, os que mesmo que eu conhecesse seria incapaz de jogar... O GAMING é para mim um mundo à parte! E não falo só dos jogos mas de tudo o que gira à volta do mundo GAMING: desde a linguagem específica altamente estruturada que nem me atrevo a utilizar (apesar de muitas expressões já me terem sido explicadas dezenas e dezenas de vezes), à enormíssima panóplia de acessórios disponíveis nas lojas de tecnologia.

 

O GAMING é certamente um negócio altamente lucrativo! A primeira vez que numa Media Market me aproximei da secção GAMING, veio-me à cabeça a expressão Killer d'adolescents! À disposição das carteiras mais recheadas encontram-se em exposição vários artigos de estética agressiva e colorida: sofisticados computadores GAMING, assustadores ratos GAMING, luminosos teclados GAMING, potentes head phones GAMING, e, entre outros, as minhas prediletas: as fabulosas cadeiras GAMING! Cadeiras cujo design altamente robusto e agressivo parecem saídas de um filme de ficção cientifica e são certamente acessório de topo para completar a decoração de qualquer quarto de adolescente! Tudo idealizado ao pormenor para criar um universo onde ficar presos, com muito glamour e estilo, o dia inteiro!

 

Se antigamente a preocupação dos pais eram os filhos adolescentes que queriam sair de casa e tranquilos ficavam os pais cujos filhos em casa ficavam, nos dias de hoje um adolescente em casa é muitas vezes sinónimo de adolescente agarrado ao computador, ao tablet ou ao telemóvel! GAMING...

 

2018 começou com o reconhecimento pela World Health Organisation da GAMING DISORDER: transtorno mental causado pelo vício em vídeo-jogos. Fiz uma pesquisa para perceber mais um pouco... E, por exemplo, neste artigo Gaming addiction classified as disorder by WHO a BBC ainda realça: "According to an Oxford University study, boys are more likely to spend time gaming than girls."  

 

Sendo mãe de dois rapazes adolescentes que sempre deixei jogar, confesso que fiquei preocupada... Deixei jogar não só porque parecia inofensivo mas, e reconheço, porque assim eles estavam ocupados e eu tinha tempo para fazer as minhas coisas...Mea culpa... 

 

Nós, mães e pais do século XXI, estávamos preparados para alertar para aquilo que achávamos ser os perigos na nossa adolescência: álcool, tabaco, drogas, cuidados a ter ao iniciar a vida sexual. Não existiam as redes sociais, mas é puro bom senso saber alertar sobre perfis falsos... Agora a GAMING DISORDER? Dá que pensar... 

 

 

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ENTRE O COMEÇO E O FIM... Uma nova rotina... Um NOVO BLOG

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