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Daily Routine by Cristina Ferreira

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Daily Routine by Cristina Ferreira

27
Jan18

Sou uma mãe babada!!!


Cristina Ferreira

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Verdade: sou uma mãe babada! Sempre fui... Costumam dizer-me que tenho muita sorte com os meus filhos e é verdade: tenho!

 

Educar não é tarefa fácil e, como talvez a maioria das mães, também eu sinto que cometi muitos erros. No entanto, quando tenho diálogos como o que há pouco tive com o meu menino grande, ele vira costas e eu sorrio orgulhosamente pensando sem qualquer ponta de humildade: "Esta forma de pensar, de planear, de decidir... Fui EU que lhe ensinei!"

 

Não sou uma mãe galinha! Costumo dizer que não estou sempre em cima deles, mas estou um metro atrás sempre atenta e prontinha para os apanhar se houver algum risco de caírem!" Estou atrás, estou ao lado... Acompanho, observo, vigio, analiso... Tudo sempre sem impedir que eles aprendam sozinhos o que devem aprender sozinhos, sem impedir que se testem, sem impedir que cresçam...

 

Quando eram pequeninos, contrariamente aos conselhos que pessoas ao meu redor me davam, nunca os deixei chorar sozinhos! Adormeci-os muitas e muitas vezes ao colo! Agoiravam que eu estava a criar filhos mimados e caprichosos! Mentira! Objetivamente: mentira! Eu criei filhos que sabem que aconteça o que acontecer podem sempre contar comigo...

 

Quando eram pequeninos e colocavam mil e uma questões, sobre tudo e sobre nada, a todas eu respondia... Nunca deixei uma única questão por responder! Nunca respondi com um "Sim, sim!" ou um "Não, não!" sem ouvir com atenção... Sempre que tinham uma dúvida, uma questão, eu tentava responder e repetia até eles perceberem e não restar qualquer hesitação... E eles aprenderam a confiar em mim!

 

Por vezes, no final de um dia de trabalho, era difícil... Mas eu tentava explicar: "Desculpa... Podes esperar só um bocadinho que a mamã está cansada..." Aprenderam que mamã não era incansável e que a mamã às vezes precisava de silêncio... Aprenderam que depois de descansar voltava e lhes dava toda a atenção... Eles aprenderam a respeitar!

 

Nunca dei ordens sem explicar porquê. Nunca usei o "Porque sim!" ou o "Porque eu é que mando!" Explicava porque é que era o mais correto, o mais saudável, o melhor para eles... Se me desafiaram? Claro que sim! Se eu poderia ter sido mais rigorosa? Talvez... Se teria sido melhor para eles? Não sei...

 

Ensinei-lhes o porquê de existirem regras e rotinas pois só assim as podem cumprir de livre vontade. Ensinei-os a pensarem por eles, a ter opinião própria e espírito crítico, a saber observar, avaliar e decidir... Nas tomadas decisão, claro que a última palavra é minha, mas desde sempre debati os mais variados temas com eles...

 

Às vezes é difícil perceber onde está a fronteira, perceber onde está o limite entre o correcto, o excesso e o errado. Sim é difícil educar e impossível não falhar... 

 

Não! Os meus filhos não são dois anjinhos perfeitos! Pelo contrário: com dois anos de diferença de idade entre eles, sempre foram dois reguilas! Mas são os meus reguilas! E eu sou uma mãe babada! Não sei o que o futuro me reserva, mas neste momento sinto que os estou a colocar no bom caminho...

17
Jan18

Mãe? Egoísmo vs. Orgulho!


Cristina Ferreira

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Sou uma mãe egoísta! Não só por vezes me apetece parar o tempo pois não quero que os meus meninos cresçam, como também não quero que se tornem autónomos e independentes: quero que precisem sempre de mim! Quero ser útil e continuar a deles cuidar! Sim... Vergonhoso, mas é verdade!

 

No que às pequenas tarefas do dia a dia diz respeito, só no verão passado me apercebi que o meu menino grande tem 15 anos! De repente entrou para o 10º ano e para mim foi como um soco no estômago, um cair na realidade! Passei o verão a repetir: 15 anos, 15 anos, 15 anos...

 

Para além das minhas habituais divagações sobre como foi possível o tempo passar tão rápido, dei comigo a lembrar e comparar todas as coisas que eu já fazia com 15 anos: ajudava a cozinhar, ajudava a arrumar a casa, tratava da minha roupa... Ele? Bom confesso que muito pouco ou quase nada... No início deste ano letivo, finalmente percebi que as coisas tinham de mudar...

 

Há pequenas tarefas que ele faz de boa vontade, outras que vai adiando na esperança que eu faça... Aliás aos meus pedidos de ajuda na arrumação, aprendeu a responder com a expressão: "Sabes mamã, às vezes eu não arrumo logo e mesmo assim aparece no armário! Parece que vem um anjo e arruma..." Sim eu sei: é pura chantagem emocional, mas sabe tão bem, não sabe?

 

Seja como for são 15 anos e em abril serão 16... Meu Deus, em Abril 16?? Como é possível, já 16 anos??! Ok! STOP mamã! Para com isso mamã!... 

 

Dizem que eu penso demais... É verdade: sempre tive esse vício! Quando eram pequeninos e, saíamos para passear ou entravamos num local novo, eu avaliava minuciosamente e nos primeiros segundos todas as possibilidades de acidente: os pontos dos quais não se poderiam sequer aproximar, os pontos dos quais poderiam mas só se não largassem a minha mão e os tranquilos pontos estratégicos onde estariam bem seguros!

 

A cada mudança eu pondero e pondero demais! Avalio com cuidado também a repercussão que os disparates que por vezes digo ou faço possa ter neles... Incapaz de impor regras rígidas, sempre optei por educar pelo exemplo. Se o "Se faz favor..." e o "Obrigada!" eram imperativos, também o era o "Desculpa!" quando errava... 

 

Quanto às tarefas: decidi dividir. Por exemplo, o pequeno almoço sirvo eu, o lanche preparam eles... Bom confesso que o lanche nem sempre, mas quem resiste a um: "Mamã por favor, podes pôr tu a manteiga? Pões com tanto amor e carinho que sabe melhor..." Já a roupa alternamos, às vezes dobro eu, às vezes dobram eles... Mas nos quartos não há excepção: aí são sempre eles!

 

Sei que aos poucos vão aprender a fazer tudo sozinhos, mas até lá, será que é muito grave se eu continuar a tratar de algumas coisas e serei perdoada se tudo fizer com muito amor e carinho? 

 

Quando às vezes vou para fazer e já fizeram ou quando algo que eu deixei fora do lugar já encontro arrumado, não posso evitar sorrir... Foram eles! Os meus meninos estão a crescer, estão a aprender a ser independentes e eu fico tão orgulhosa!

 

 

 

23
Dez17

O espírito de Natal conseguiu finalmente apanhar-me!


Cristina Ferreira

 

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Ora bolas! Decido eu vir correr à beira mar para fugir do Espírito de Natal e não é que é precisamente aqui que o maroto me consegue finalmente alcançar! 

 

Tenho por hábito alongar perto de um bar.  Quando há pouco parei, estava a tocar uma daquelas minhas eternamente preferidas músicas de Natal...

 

"Mariah Carey - All I want for Christmas is you",  lembrança de uma adolescência romântica, agora transformada em hino à maternidade!

 

Ao alongar ao som familiar das ondas decorado pelo das músicas de Natal que continuou a chegar-me do bar, dei comigo finalmente a sorrir ao pensar no Natal... recordando momentos especiais dos meus Natais passados...

 

Sim tenho saudades dos meus meninos e sem eles não é Natal, mas saber que os tenho, tive e sempre terei... Isso sim é, foi e será sempre o meu maior presente de Natal...

 

A todos um FELIZ NATAL!!

 

 

15
Dez17

Negociar com o TEMPO em 4 passos... e com sucesso!


Cristina Ferreira

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Primeiro tentei conversar com o TEMPO! Sussurrei-lhe pedindo-lhe com carinho para abrandar um bocadinho... Pû-lo a par das minhas ausências profissionais e pedi-lhe: "Por favor deixa-me aproveitar mais um bocadinho os colinhos, as canções de embalar e as histórias ao deitar..." Mas o TEMPO ignorou-me e não respondeu! Quando dei por ele, os meus meninos tinham crescido mais um pouco e já estavam na escola primária! Se calhar eu falara muito baixinho e o TEMPO não ouviu...

 

Então tentei a chantagem emocional: já tinha suspendido todas as minhas atividades pessoais e não lhe pedi tempo para mim... Todo o tempo fora do trabalho pedi-lho para os meus meninos... Talvez assim, mostrando-lhe apenas o meu banal quotidiano de mãe trabalhadora, ele abrandasse... Mas ele continuou a ignorar-me e os meus meninos foram para o ciclo! Provavelmente, o TEMPO não gosta de ser chantageado...

 

Não desisti e tentei suborná-lo! Com os dois a caminho da secundária, a entrar na adolescência e a distanciarem-se gradualmente de mim, lancei ao TEMPO uma última cartada: "Tempo! Eu agora fico mais por casa, mudo de vida! Abranda agora por favor, deixa que eles voltem só mais um pouco para mim..." O TEMPO não me ouviu e não abrandou, mas é verdade que, mais por casa, recuperei-os um bocadinho...

 

Por fim zanguei-me com o TEMPO pois eles continuam a crescer! "Ó TEMPO! Não me avisaste que a infância ia durar tão pouco! E agora? Tenho tanto tempo para mim... Vou ao ginásio, faço yoga, meditação e tenho muito tempo para ler! Quero voltar a estudar e até tenho tempo para escrever um blog!"

 

Foi então que o TEMPO finalmente respondeu:  "Ah! Finalmente percebeste! Eles cresceram e continuam a crescer saudáveis e equilibrados graças a ti! Até aqui, tu cumpriste a tua missão de mãe... Agora para a completares com sabedoria, terás de lhes dar espaço e libertá-los! Eu vou continuar a passar... Tu não me podes parar! Qualquer dia eles vão para a universidade, é verdade que vais ter sempre saudades! Mas lentamente vais recomeçar..."