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Daily Routine by Cristina Ferreira

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Daily Routine by Cristina Ferreira

04
Jan18

New year, new life? Bullshit!


Cristina Ferreira

 

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Não fiz nada na Passagem de Ano! Antes da meia noite já eu estava a dormitar no sofá em frente à televisão... Acordei em sobressalto com o estrondo dos foguetes que apregoavam a chegada do Novo Ano! Limitei-me a olhar para o relógio e a pensar: "Ah ufff! Já é meia-noite! Já posso ir dormir!" E fui para a cama...

 

Às vezes pergunto-me se me deveria divertir mais... Deveria "DIVERTIR-ME MAIS!" ser uma das minhas resoluções de Ano Novo? Se me divertisse mais, a minha vida seria mais vivida? Na verdade a única coisa que a minha vida me pede é rotina! Gosto de rotinas. A única resolução que na minha mente ecoava ao entrar no Ano Novo era "VOLTAR À ROTINA!": deixar o mais rapidamente possível o Natal e o Réveillon para trás! 

 

E se vivêssemos numa ilha deserta, cada um isolado na sua? Ou se vivêssemos todos juntos mas sem imposições sociais ou rituais? Ou se, especificamente, vivêssemos sem acesso a qualquer tipo de comparações interpessoais? E se nunca ninguém tivesse inventado festejar o Ano Novo com pompa e circunstância? Será que eu sentiria esta mesma obrigação, tristeza, desilusão, frustração... Nem sei na verdade como a hei-de batizar... Sentiria eu isto que sinto por não ter feito nada de "verdadeiramente especial"?

 

Estarei a ficar velha? Se sim, aquele "velha" que acumula sabedoria? Ou aquele "velha" que se torna chata e rabugenta?  

 

Admiro as pessoas que determinadamente ainda fazem listas de resoluções de Ano Novo. Confesso que quando era "nova" também as fazia: elaborava cuidadosa e afincadamente a minha extensa lista e acabava por não cumprir nenhuma das resoluções a que ilusoriamente resolvia empenhadamente dedicar-me a partir do Ano Novo! Até porque se há algo que é necessário corrigir, mudar ou alterar, se é necessário criar uma nova rotina, não é necessário esperar. Esperar pelo Novo Ano é muitas vezes apenas iludir e adiar... E adiar é procrastinar... E procrastinar é muitas vezes acabar por nunca fazer!

 

A necessidade de mudança, de aperfeiçoamento e de auto-correção, faz parte de nós, do nosso dia a dia. A nossa lista de resoluções deve ser diária e não anual... Até porque o "próximo ano" é só o "próximo dia" e o Ano Novo é só o dia seguinte...

 

O ser humano é um animal de hábitos e os hábitos são difíceis de mudar. Quanto maior for a lista, maior a mudança exigida e maior provavelmente a ilusão e consequente desilusão... Ajuda termos um marco, uma data marcada? Talvez... Mas acima de tudo o importante é aceitarmo-nos, conhecermos as nossas necessidades e os nossos limites, e ir mudando gradualmente aquilo que é preciso mudar. Mudar quando sentimos o alerta, quando soa o sinal: quando o corpo ou quando a mente nos pede. Mudar já, mudar agora! Viver dia após dia e parar de esperar...

 

E, já agora, com ou sem resoluções, a todos um bom ano!!! 

 

03
Jan18

Hoje? Regresso e euforia matinal!


Cristina Ferreira

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Hoje o dia começou com uma louca euforia matinal devido ao, por mim tão esperado, regresso à rotina! Sim: EUFORIA matinal!! Sim: tão ESPERADO regresso à rotina!! Finalmente acabaram as férias escolares e os meus meninos voltaram!

 

Fui buscá-los ontem ao aeroporto. Aprendi a detestar aeroportos, se é que isso se pode aprender, se é que se pode detestar aeroportos! Aquela multidão eufórica a partir ou a chegar e eu ali, algures pelo meio, sozinha... A sentir-me triste e abandonada quando os vou levar... Ansiosa e com receio quando os vou buscar...

 

Às vezes pergunto-me se as mães não divorciadas, aquelas "felizardas" que têm a sorte de ter os filhos com elas o ano inteiro, se questionam tanto como uma mãe divorciada... Apesar de eu saber que o risco é mínimo, aliás na verdade e no nosso caso, totalmente nulo, pergunto-me sempre, quando estão fora e antes de regressarem, se não me irão desta vez pedir para mudar permanentemente para casa do pai...

 

Quando chego ao aeroporto, fico ali parada, qual barata tonta, junto à Saída das CHEGADASbalançando o meu olhar entre o placard e multidão que vai chegando...

 

Landed... O avião dos meus meninos aterrou às 13h33... Quase 10 minutos de atraso... Examino os rostos que vão saindo procurando as suas feições familiares... O meu coração de mãe acelera... E se desta vez me olharem fria e inexpressivamente? E se for desta vez?... Verdade que eu falei com eles todos os dias... Mas foram sempre tão curtas conversas e em tão breves minutos pois estavam sempre tão ocupados!  E se desta vez não trouxerem carinho nem afeição no olhar? 

 

Não, isso nunca aconteceu e obviamente ontem também não! Recebi os sorrisos carinhosos e os abraços calorosos de sempre! Na viagem de volta, narraram aventuras das férias e ao chegar a casa voltaram para a rotina habitual como se nada tivesse acontecido... Como se não tivessem partido... Como se não tivessem voltado...

 

De onde vem o meu medo afinal? Da consciência de que tudo tem um fim?... Das histórias que ouço sobre divergências entre pais divorciados que afinal em nada se assemelham com o nosso caso? Ou simplesmente do sentimento de que quando vão para tem não só o Natal e o Réveillon, mas a vida que eu sempre sonhei para eles... mas sem mim...

 

23
Dez17

O espírito de Natal conseguiu finalmente apanhar-me!


Cristina Ferreira

 

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Ora bolas! Decido eu vir correr à beira mar para fugir do Espírito de Natal e não é que é precisamente aqui que o maroto me consegue finalmente alcançar! 

 

Tenho por hábito alongar perto de um bar.  Quando há pouco parei, estava a tocar uma daquelas minhas eternamente preferidas músicas de Natal...

 

"Mariah Carey - All I want for Christmas is you",  lembrança de uma adolescência romântica, agora transformada em hino à maternidade!

 

Ao alongar ao som familiar das ondas decorado pelo das músicas de Natal que continuou a chegar-me do bar, dei comigo finalmente a sorrir ao pensar no Natal... recordando momentos especiais dos meus Natais passados...

 

Sim tenho saudades dos meus meninos e sem eles não é Natal, mas saber que os tenho, tive e sempre terei... Isso sim é, foi e será sempre o meu maior presente de Natal...

 

A todos um FELIZ NATAL!!

 

 

09
Dez17

Hoje é sábado... e não é Natal...


Cristina Ferreira

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Acordei. Tomei o pequeno almoço. Aspirei, limpei o pó... Arrumei a casa! Fiz uma pausa para meditar. Fui correr os meus 20 minutos, começou a pingar... Subi para alongar... E fiz algumas posturas de yoga para acabar!

 

Uma manhã de sábado calma e tranquila como qualquer outra manhã de sábado calma e tranquila... Ou quase... Pois afinal o Natal está a chegar!

 

O Natal? Qual Natal?... Este ano não me parece Natal!

 

Será culpa do verão que se prolongou demais? Não, já se sente o frio! Já pode ser Natal...

 

Será culpa da chuva que agora chegou para ficar? Não,  às vezes chove e é Natal...

 

Será apenas porque ainda não fizemos a árvore de Natal? Os meninos estão mergulhados no mundo deles, e eu sinto-me a adiar... 

 

Sim porque sem árvore de Natal, poderei fazer de contas que não é Natal e que é apenas um fim de semana normal! Normal? Sim normal! Porque este ano será apenas o pai que estará lá para os acarinhar no Natal...

07
Dez17

"Bora lá" falar a sério de prendas de Natal!


Cristina Ferreira

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É triste ouvir cada vez mais dizer que "antigamente é que havia Natal" e que agora se "perdeu o espírito natalício e a magia do Natal". Será conversa de adultos? Será que a magia do Natal é algo que só existe na infância? Ou será que vale a pena olharmos um pouco mais à nossa volta e tentar perceber o que realmente estará a acontecer...

 

A verdadeira magia do Natal não está no "TER", mas sim no "NÃO TER"! 

 

Tenho 44 anos. Quando eu era criança, os meus pais compravam apenas três prendas: uma para mim, uma para o meu irmão e outra para a minha prima. Festejávamos apenas com os meus tios que compravam, também eles, apenas três prendas. Cada criança recebia duas prendas.

 

Esperávamos por essas prendas o ano inteiro! Não havia promoções mensais e muito menos cedências constantes aos nossos pedidos de compra e caprichos! Aprendíamos a esperar e saboreávamos a espera... Existia magia na contagem decrescente dos dias e na expectativa da descoberta. 

 

A magia prolongava-se depois do Natal: a boneca recebida era companhia para o ano inteiro, o carrinho recebido rolava até partir!

 

No mundo de hoje onde tudo é fácil de alcançar, nada se valoriza! Posso partilhar os primeiros Natais dos meus filhos... Como todos os pais da nossa geração, também nós padecíamos de necessidades consumistas exacerbadas: oferecíamos mais de uma dezena de prendas a cada um dos nossos meninos! Prendas que eles abriam em 5 minutos como robots numa linha de montagem: abre, espreita, tira da caixa, olha, vira, revira e põe de lado! Muitas vezes acabavam a noite a brincar com as caixas vazias ou com os laços dos embrulhos!

 

Esperar até ao Natal por uma prenda? Nem pensar! Quantos brinquedos, mimadamente solicitados, não íamos comprando ao longo do ano? 

 

E os adultos? Com promoções constantes o ano inteiro, quem espera pelo Natal? Ele é Black Friday, ele é Ciber Monday, ele é descontos antes dos Saldos, ele é campanhas de Ofertas de IVA ou 50%!

 

E por falar em 50%, lembro-me da primeira campanha de brinquedos de Natal com 50% do Continente, há talvez uns 10 anos atrás, numa segunda quinzena de dezembro... Nos anos seguintes assistimos, por parte das cadeias de hipermercados, a um constante incentivar para antecipar a compra das prendas de Natal. As campanhas de brinquedos que começavam em novembro, agora começam em final de outubro! Claro que em tempos de crise, não se pode sequer hesitar e tem de se aproveitar... Mas para onde vai a magia de ouvir os pedidos, a magia de procurar na expectativa dos olhos das crianças a prenda ideal? Perdeu-se a magia das prendas de ultima hora, do esperar pelas dicas e sugestões, do esperar para ponderar e decidir! Decidimos prendas de Natal em outubro porque pode não voltar outra promoção... E ficamos com elas guardadas, à espera, até ao Natal!

 

"Quem espera desespera!" já dizia o ditado. Mas neste caso não se desespera! Com tanta oferta, ficamos apenas aqui, qual rena fofinha de peluche, sentados a ver desaparecer a magia das prendas de Natal...